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Áreas de Refugio

Dentro do MIP (manejo integrado de pragas), as plantas transgênicas tem grande representatividade como método de controle de pragas, buscando sempre reduzir os danos causados por pragas em lavouras. As plantas transgênicas que possuem essa tecnologia inseticida são muito conhecidas como plantas Bt umas vez que utilizam uma toxina isolada da bactéria Bacillus thuringiensis, muito utilizados na cultura do milho, soja e algodão. Para que a utilização dessa tecnologia seja feita de maneira apropriada e segura, o produtor deve seguir a norma de coexistência (Resolução Normativa Nº. 4, 16 de Agosto de 2007 da CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) e a utilização das áreas de refugio estabelecidas pelo MRI (Manejo da resistência de insetos).

Uma das preocupações com o uso do milho Bt está na coexistência entre lavouras transgênicas e lavouras não-transgênicas, portanto, a norma da coexistência é extremamente relevante, uma vez que consiste em respeitar a escolha do vizinho em utilizar plantas convencionais (sem a tecnologia Bt). Caso você utilize algum tipo de hibrido geneticamente modificado é necessário manter uma distância de no mínimo 100 metros da lavoura do seu vizinho para evitar o possível cruzamento entre uma lavoura geneticamente modificada e uma lavoura convencional – é importante lembrar que o cumprimento dessa norma é obrigatório.

O distanciamento de 100 metros não precisa ser composto de plantas da mesma cultura em seu formato convencional, podendo ser composta por uma outra cultura convencional, área de pousio, estradas ou rodovias e até mesmo a combinação das opções citadas anteriormente. O bom cumprimento da normal depende da colaboração, comunicação e respeito dos produtores.

Em contrapartida as áreas de refúgio consistem em umas das técnicas utilizadas no Manejo Integrado de Pragas e deve ser utilizada para reduzir a possibilidade do aparecimento de resistência dos insetos-alvo, ou seja, em uma lavora em que a tecnologia Bt é utilizada é necessário que em parte dela seja utilizada plantas convencionais de porte e ciclo vegetativo igual.


Qual a importância das áreas de refugio?

A utilização da tecnologia transgênica busca reduzir a aplicação de inseticidas e danos causados pelos insetos, porém caso não seja feita da forma correta, pode ocasionar a resistência dos insetos às toxinas dos genes utilizados. O objetivo da área de refúgio é retardar a evolução deste processo de resistência.

Quando é feito a utilização da tecnologia Bt em milho, por exemplo, é necessário plantar as áreas de refúgio para manter a população de pragas sensíveis a toxina da bactéria Bacillus thurigiensis para que obter sucesso. O refugio é o ambiente em que a praga alvo irá sobreviver e se reproduzir sem ser afetado pelo Bt, os insetos dessa área podem ser suscetíveis a tecnologia, ou seja, serão afetados. O cruzamento entre esses insetos suscetíveis advindo do refúgio e os insetos resistentes geram insetos também suscetíveis, fator muito importante para a manutenção da eficácia da tecnologia de transgenia.


Figura 1: Processo de seleção

Fonte: Adaptado Google.


Como fazer a área de refugio?

Em relação a implementação das áreas de refúgio vários fatores são importantes e algumas regras devem ser seguidas para obter sucesso na utilização da tecnologia e no controle de resistência dos insetos praga. Por exemplo, no milho, é necessário plantar uma porcentagem de 10% de milho convencional em relação a área em que foi plantado o milho Bt, e 20% nas culturas de soja e algodão. Outro ponto é manter uma distância de no máximo 800 metros da área transgênica (esta é a distancia máxima verificada pela dispersão dos adultos da lagarta-do-cartucho no campo), além de ser plantada ao mesmo tempo e ter ciclo vegetativo similar. Os formatos e localização das áreas separadas para refúgio são variadas, o essencial é respeitar o distanciamento máximo de 800 metros.


Figura 2: Formatos de áreas de refúgio.

Fonte: Adaptado Embrapa Milho e Sorgo


Em conclusão as tecnologias que envolvem mudanças genéticas em especial a Bt são muito benéficas para o produtor uma vez que mantém a lavoura sadia, melhora a qualidade da safra devido ao menor ataque de insetos-praga, reduz a aplicação de inseticidas, reduz riscos de intoxicações dos trabalhadores e preserva insetos não-alvo e agentes polinizadores já que são muito específicas para as pragas a que se destinam. Entretanto para que todos esses benefícios sejam realmente aproveitados é de extrema importância a utilização correta das áreas de refúgio, já que como comentado anteriormente evita o surgimento e a evolução de pragas resistentes as toxinas contidas nessa tecnologia e permite que os insetos do refúgio cruzem com os insetos da área Bt e geram novos indivíduos misturados suscetíveis à ação da tecnologia.

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