top of page

TIPOS DE SOLOS BRASILEIROS

Conheça os 13 tipos de solos essenciais para o sucesso da agricultura no Brasil

Fonte: netword agro
Fonte: netword agro

O solo é um dos recursos naturais mais valiosos para a agricultura, servindo como  base para o crescimento das plantas, armazenamento de água e fornecimento de  nutrientes. A formação dos solos no Brasil é influenciada por uma notável diversidade  de fatores, como o material de origem, clima, relevo, ação dos organismos vivos e o  tempo. Essa variedade de condições resulta em diferentes processos formadores de  solos, contribuindo para a riqueza e complexidade dos tipos de solo encontrados em  nosso território.  

  Portanto, esse texto tem como objetivo apresentar as diferentes classes de solos  encontrados no território nacional, suas principais características e como eles afetam  a agricultura em diferentes regiões do país. Atualmente, os solos são divididos em 13  ordens: Argissolos, Cambissolos, Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos,  Latossolos, Luvissolos, Neossolos, Nitossolos, Planossolos, Plintossolos,  Organossolos e Vertissolos.



Fonte: Embrapa
Fonte: Embrapa

As classes de maior ocorrência no Brasil são:


Latossolos – Abrangem mais de 30% da área de solos no Brasil, são solos

geralmente profundos (1 a 2 m), ou muito profundos (mais de 2 m), bastante

intemperizados e normalmente de baixa fertilidade, mas que pode ser corrigida com

práticas corretas de adubação e calagem. Os Latossolos ocupam relevos mais

planos, costumam ser muito porosos, permeáveis e com boa drenagem,

apresentando cores que variam entre vermelho e amarelo.

  • Subclasses: com base na cor, fertilidade, textura e presença de alumínio.

    • Ex: Latossolo Vermelho distroférrico típico (cor vermelha, alto teor de Fe, pobre em bases).


Argissolos - Esses solos são caracterizados pelo acúmulo de argila no horizonte B,

ou seja, o horizonte mais superficial do solo (horizonte A) possui mais areia que o

horizonte subsuperficial (horizonte B). Normalmente ocorrem em relevos declivosos

e por apresentarem maior teor de areia no horizonte A, a maioria dos Argissolos são

mais suscetíveis à erosão.

Subclasses: variam com base na cor, saturação por bases e presença de horizonte plânico.

  • Ex: Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico típico (cor, alta fertilidade, sem outras características adicionais).


Neossolos – Grupamento de solos pouco evoluídos, ainda em início de formação e

com predomínio de características herdadas do material de origem. São mais comuns

de encontrar em locais de maior declividade e seu uso para a agricultura pode ser

dificultado devido a pouca espessura do solo. Em relação a fertilidade, ela varia de

acordo com a rocha mãe, solos oriundos de rochas ígneas básicas (basalto) possuem

melhor fertilidade e são muito utilizados na agricultura.

Subclasses:

  • Neossolo Quartzarênico (arenosos, pobres em nutrientes).

  • Neossolo Litólico (rasos, sobre rocha).

  • Neossolo Flúvico (deposições recentes, geralmente em várzeas).


Cambissolos – Classe de solos que são mais desenvolvidos que os Neossolos,

caracterizados por possuírem um horizonte B incipiente e estão localizados

majoritariamente, mas nem sempre, em relevos declivosos. Por serem pouco

profundos, podem restringir o desenvolvimento de raízes de espécies arbóreas e

assim como a classe anterior, sua fertilidade é variável.

Subclasses: baseadas na cor, saturação por bases e presença de horizonte húmico.

  • Ex: Cambissolo Háplico distrófico úmbrico (pobre em bases, presença de matéria orgânica).


Gleissolos – Solos caracterizados pela presença de horizonte glei, de cor

acinzentada devido à perda de ferro em ambientes com excesso de água.

Normalmente esses solos situam-se em relevos planos e em áreas de planície aluvial

dos rios. Seu uso na agricultura pode ser feito depois de uma drenagem para retirar

o excesso de água, mas para solos muito próximos aos rios e lagos, que geralmente

estão saturados por água, há necessidade de proteger esses solos para que produtos

químicos e adubos utilizados na agricultura não contaminem a água subterrânea.

Subclasses: baseadas na cor e presença de horizonte húmico.

  • Ex: Gleissolo Háplico Tb gleissólico (cor acinzentada típica, baixa fertilidade).


Além dos solos citados acima, outras 8 classes também ocorrem no Brasil, mas em

menor proporção, são elas:


Luvissolos: Solos jovens com acúmulo de argila no horizonte B e alta fertilidade

química natural, sendo muito relevantes na região semiárida brasileira, principalmente

em relevo suave ondulado.

  • Subclasses: dependem da textura, cor e presença de carbonatos.

    • Ex: Luvissolo Crômico eutrófico típico (cor escura, muito fértil).


Espodossolos: São solos arenosos, com acúmulo de matéria orgânica e/ou óxidos

de ferro no horizonte Bh ou Bs. Em muitos casos, esses solos podem ser duros e

pouco permeáveis a água, ocorrem em relevo plano, apresentam baixa fertilidade

química e drenagem variável, podendo ser excessivamente drenados ou mal

drenados. Por esses motivos, o uso dessa classe na agricultura é esporádico.

Subclasses: baseadas na profundidade e desenvolvimento do horizonte espódico.

  • Ex: Espodossolo Humilúvico típico (horizonte B espódico com muita matéria orgânica).


Planossolos: Suas características são a textura arenosa na camada superficial e

argilosa nas mais subsuperficiais, apresentando cores acinzentadas. Essa classe é

abundante no Pantanal, em áreas do semiárido e nas regiões produtoras de arroz

irrigado do Rio Grande do Sul.

Subclasses: saturação por bases, cor e grau de diferenciação do horizonte plânico.

  • Ex: Planossolo Nátrico eutrófico típico (alto teor de sódio, fértil).


Nitossolos: Classe muito comum nas áreas de solos formados de basaltos no centro-

sul do Brasil, essa classe é caracterizada pela presença de horizonte B com

agregados cobertos por um brilho característico (cerosidade). No entanto, sua

ocorrência é predominantemente em relevos ondulados e pode apresentar risco de

erosão entre sulcos ou em sulcos quando mal manejados.

Subclasses: cor, fertilidade e profundidade.

  • Ex: Nitossolo Vermelho eutroférrico típico (cor vermelha, fértil, rico em ferro).


Chernossolos: Apresentam material de origem rico em cálcio e magnésio, formando

um solo com altos teores de argila, cálcio, magnésio e carbonato de cálcio em sua

composição. Devido à presença desses minerais e matéria orgânica que servem de

nutrientes para as plantas, esses solos apresentam boa fertilidade.

Subclasses: variam pela presença de carbonatos e tipo de argila.

  • Ex: Chernossolo Rêndzico eutrófico típico (alto teor de cálcio e presença de carbonatos).


Vertissolos: Apresentam pronunciada mudança de volume de acordo com a variação

do teor de umidade. Têm como feições morfológicas características a presença de

fendas de retração largas e profundas que se abrem desde o topo do perfil nos

períodos secos e a presença de superfícies de fricção.

Subclasses: profundidade e tipo de argila.

  • Ex: Vertissolo Háplico eutrófico típico (alto teor de argila, fértil).


Organossolos: Classe de solos com predomínio de constituintes orgânicos,

principalmente em condições de saturação por água. Apresentam grande quantidade

de carbono orgânico (≥ 80 g/kg) e cor muito escura. Para o uso na agricultura, é

necessário realizar obras de drenagem e utilizar grande quantidade de corretivos para

reduzir a acidez, mas a atual legislação ambiental restringe o uso desses solos.

Subclasses: profundidade do horizonte orgânico e teor de fibras.

  • Ex: Organossolo Háplico fibroso típico (com fibras vegetais ainda visíveis).


Considerando a diversidade de solos e suas distintas características, é essencial

adotar práticas de manejo que respeitem suas especificidades. A correta adubação e

calagem, aliadas a técnicas sustentáveis como plantio direto, rotação de culturas e

cobertura vegetal, não apenas otimizam a produtividade agrícola, mas também

promovem a conservação do solo, assegurando sua fertilidade e sustentabilidade a

longo prazo.


Escrito por: Giovanna Carvalho


Referências:


PAULETTI, V.; MOTTA, A. C. V. Manual de Adubação e Calagem para o estado

do Paraná. Curitiba: SBCS/NEPAR, 2. ed. 2019.


LIMA, M. P. Principais classes de solos do Brasil. Disponível em:

2025.



Comments


2Logo Semear.png

entre em contato

Contato

(41) 99658-1139

R. dos Funcionários, 1540

Juvevê, Curitiba - PR

​80035-050

Siga nossas Redes

  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn

© 2024 por Semear Consultoria

bottom of page