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Sistema de Plantio direto na Fruticultura.

Atualizado: 30 de abr.


O termo "Plantio Direto" deriva da ideia de plantar diretamente sobre o solo não arado, enquanto a expressão "na palha" adiciona a dimensão de preservar o solo permanentemente protegido por resíduos orgânicos. Essa prática se fundamenta em três premissas básicas: evitar o revolvimento do solo, promover a formação de palha e implementar a rotação de culturas (CARVALHO).Essa abordagem tem revelado uma série de vantagens, como a significativa redução da erosão do solo, conservação de água, aumento da biodiversidade, melhoria na qualidade do solo e melhor eficiência no uso de insumos agrícolas.


Segundo Peche Filho (2017), a implantação de pomares utilizando sistema convencional com a movimentação profunda do solo é ainda muito praticada, principalmente em pomares com fruteiras de clima temperado. Essa prática é popular porque permite correção química profunda, mas fragiliza o solo e facilita a ocorrência de erosão, principalmente no início da implantação do pomar. Atualmente a erosão e a compactação geram muitos problemas nos pomares brasileiros. São fatos de ocorrência generalizada no Brasil, que o fruticultor passivamente aceita comprometendo a longevidade e qualidade produtiva das plantas; principalmente em áreas de topografia acidentada.


Com isso, o plantio direto vem sendo aprimorado para o uso em cultivos perenes, onde a grande inovação dentro da fruticultura está no planejamento e na forma forma de implantação dos pomares.

O primeiro passo começa a ser dado um ano antes do plantio com a definição do local de instalação do pomar. Esse tempo é necessário para promover as adequações e correções necessárias para a eliminação de desarranjos de superfície, instalação de práticas conservacionistas (Terraceamento, produção da biomassa verde para palhada do solo) e corrigir possíveis desequilíbrios no perfil do solo.


Após a definição do local, é importante que seja realizada a avaliação das condições químicas do solo, permitindo uma análise da fertilidade do terreno.


Subsequentemente à amostragem de solo, o próximo passo é planejar e realizar a sistematização do terreno e a implementação de práticas conservacionistas. 


Com a escolha das árvores frutíferas a serem cultivadas, é viável planejar a posição e as dimensões dos talhões, bem como os corredores e unidades operacionais. Isso possibilita a implementação de todas as práticas conservacionistas necessárias para favorecer a infiltração, captação, condução e dissipação das águas pluviais. Além disso, é possível definir as culturas para rotação intercalar e cobertura do solo.


Após a implementação da sistematização do terreno e das práticas conservacionistas durante o outono, é apropriada a semeadura das culturas de inverno, que podem incluir culturas conhecidas como adubos verdes de inverno. Recomenda-se o uso de leguminosas, como tremoço azul e ervilhaca, caracterizadas por decompor-se muito rapidamente, alternando ou realizado o consórcio com gramíneas, cuja fitomassa verde é de decomposição mais lenta e produzem grande quantidade de massa seca com relação C/N, permanecendo por mais tempo cobrindo o solo.


No término do outono e início do inverno, é essencial que o solo esteja integralmente protegido, preparado para que qualquer movimento seja realizado gradualmente, solidificando assim sua nova configuração de ocupação e manejo. As ações planejadas para o primeiro ano alcançaram seu desfecho com a gestão da cobertura e a adoção do plantio direto da cultura de verão, programado para ocorrer por volta de meados de outubro ou início de novembro, intercalando adubos verdes de verão, como guandu, feijão-de-porco ou crotalárias.


O segundo ano de preparação se inicia com a colheita da cultura de verão e uma revisão das condições do solo para receber as árvores frutíferas. No outono, é crucial realizar ajustes nas práticas conservacionistas, corrigir propriedades do solo conforme necessário e, mais uma vez, semear uma cultura de cobertura durante o inverno. No início do verão, é essencial gerenciar a palhada e introduzir outra cultura de verão, seguindo um esquema de rotação.


Com o encerramento da segunda safra de cobertura verde do verão, espera-se que tanto o solo quanto a área estejam em condições ideais para receber as árvores frutíferas do pomar.


Dá-se início à semeadura definitiva da cultura de cobertura no inverno, que servirá como a principal camada de proteção na superfície do solo antes da abertura das covas para o plantio das mudas.


Para isso é necessário que seja realizado o manejo da palhada, onde se deve deixar a fitomassa sobre o solo, cortando a vegetação e a distribuindo simultaneamente sobre a linha da cultura, formando uma camada de cobertura morta, ou preservar a palhada até sua decomposição, no entanto, a cobertura cortada tem uma maior superfície de contato com o solo, o que pode acelerar o processo de decomposição, o que leva a liberação de nutrientes mais rapidamente para as plantas. 


Fonte: Rural Pecuária.

Para dar sequência, nos primeiros anos e sempre que viável, utilizar as entrelinhas para instalação de lavouras em rotação intercalar. Nessa abordagem, realiza-se o corte das plantas, promovendo a cobertura do solo na projeção da copa das árvores. Essa cobertura é efetuada utilizando os resíduos provenientes da roçagem das plantas introduzidas nas entrelinhas, por meio do uso de uma roçadeira, por exemplo.


Fontes:

CARVALHO, Eduardo Jorge Maklouf et al. PLANTIO DIRETO: CAMINHO PARA A AGRICULTURA SUSTENTÁVEL. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/176491/1/Agricultura-sustentavel.pdf. Acesso em: 6 dez. 2023.


PECHE FILHO, Afonso. Plantio Direto na Fruticultura. 2021. Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/plantio-direto-na-fruticultura-afonso-peche-filho. Acesso em: 6 dez. 2023.


FREITAS, Flávia. SISTEMA DE PLANTIO: DIRETO X CONVENCIONAL. 2019. Disponível em: https://www.laborgene.com.br/sistema-de-plantio/. Acesso em: 6 dez. 2023.


Escrito por: Leticia Rezler, Diretora de Marketing.

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